domingo, 27 de novembro de 2011

Infinito enquanto dure

Infinito enquanto dure



Os teus beijos são
As mais suaves carícias, 
fonte de delícias,
Na qual em paixão queimo.


Teu amor é puro,
Porto seguro,
Enche-me de luz.
Mas essas sombras
Que nos cercam
Nosso fim velam,
Elas sabem que será assim!


Quando me tocas
sinto dor e desejo,
Agonia e medo,
Prazer e paz...
E quero,quero muito mais...
Como viver o hoje livremente
Sabendo que amanhã
Esse castelo de ilusões
por terra cairá?


Como te amar,
Entregar em tuas mãos
Este meu ferido coração
Sabendo novamente se quebrará?


Como?
Diga-me como!

Mas e como não te amar?


Naquela tarde,
Num doce abraço,
Num roçar de lábios,
Rendi-me a ti...
A máscara que, tão firme, 
trazia fixa à cara,
Partiu em pedaços mil
Quando tu disseste que me amavas.
Que me amavas.


Que ainda me amavas...
Pois na tua fala
Vi o espelho da minh’alma.
E desde então,
Tu me levaste de mim,
E mesmo sabendo 
Que é inevitável, o fim,
Também sei que tu és parte de quem sou.
E meu coração não mais me pertence...
Pois que seja,então,
 Infinito enquanto dure,
Esse doce amor...


Amor de perdição.


Caixa

Caixa

Tudo mudou.

E na complexidade do que sou
Já se perdeu
A melhor parte do que fui.
Talvez esteja tão oca
De sentimentos
Que ao tocar meu corpo
Apenas sinta um frio sepulcral,
E ao vislumbrar minh’alma,
Apenas destroços e escuridão.
De longe, uma bela caixa embrulhada,

Mas se ao abri-la surpreso ficasse, bem,
Eu não ficaria.
Olhe dentro da caixa,
O que vê?
Nada.
Apenas imenso vazio
Não resta nada.
Somente decepção.
Deixe-me fechada.
Tantas cores, tantos laços,
Admire a bela fachada.
Deixe-me fechada,
Pois se procurar,
Em mim não encontrará nada.
Mais nada.

Cega face

Cega face

Comecei a mentir
Com tamanha convicção
que acabei acreditando

Em minhas próprias ilusões.
Hoje as carrego na carne,
Impregnadas em cada gota de suor.
Usei minha máscara,
Para esconder estas lágrimas,
Disse que era forte,
E segui assim.
Minha armadura prateada
Ainda reluz sob a lua,
E minha máscara,
Cega face,
É o único rosto que, hoje, conheço.
E do meu peito varri
Os pedaços inúteis
Do meu coração vazio.
Sigo assim.